O objetivo do programa de integração sócio-educativa é aproximar os jovens do Tribunal de Contas, rompendo o distanciamento que há entre estes jovens cidadãos e o poder público. Conforme o Diretor da Escola Francisco Juruena, do TCE, Sandro Bergue, “com essa iniciativa, o TCE pretende conscientizar desde cedo o cidadão do futuro, a fim de ajudá-lo a construir uma sociedade mais justa e democrática”. Para isso, o programa será composto por quatro encontros presenciais, nos quais os jovens terão aulas teóricas e práticas aliadas a uma simulação de auditoria.
Buscando preparar adequadamente os servidores da Casa envolvidos como voluntários, pedagogas do quadro funcional orientaram os instrutores no sentido de fornecer-lhes conhecimentos acerca da abordagem ideal e do mundo dos jovens. Foi somente após a ca-pacitação dos instrutores, que ocorreu o piloto interno cujo público-alvo foi representado pelos contínuos e estagiários do TCE, que estão inseridos na mesma realidade dos jovens que serão atendidos externamente. Nestes encontros com os jovens colaboradores da instituição, foram abordados temas como Cidadania, Constituição, Poderes, Democracia, Administração, Dinheiro Público e TCE. Os jovens também puderam acompanhar uma sessão de pleno e realizar uma atividade criativa que demonstra o que aprenderam sobre o TCE. O contínuo Natanael Garcia, 18 anos, apresentou uma ilustração que representa o que ele aprendeu sobre o TCE. “Quando eu fiz a ilustração, me preocupei com a interpretação que os jovens das escolas fariam quando a vissem. Eu quis representar apenas com uma imagem tudo que aprendi, sem usar nenhuma palavra”.
Quanto aos encontros dos quais participou, Natanael diz que os instrutores ainda tem muito o que aprender para se comunicar de igual pra igual nas escolas, pois o desafio será bem grande. “Eles estão muito acostumados com o ambiente do Tribunal, mas vai ser bem diferente lá fora. Mas acredito que todos estão no caminho certo e se esforçando muito para isso, pois é um desafio novo para todos, inclusive para as escolas que não esperam por isso. Tenho certeza de que vai ser bem legal e diferente”, afirma entusiasmado. O jovem também ficou muito feliz por receber o certificado de participação das mãos do Presidente do TCE, Cezar Miola. “Fiquei muito satisfeito com a presença do presidente, porque ele é diferente, pois interage conosco com humildade. Além disso, deu pra ver que ele ficou muito alegre com a nossa participação e muito motivado com o programa”.
No penúltimo encontro do programa piloto, os jovens avaliaram os instrutores a fim de auxiliá-los para sua primeira experiência em escolas. Para o contínuo Rafael Baldez, 19 anos, que também participou do piloto, o conhecimento adquirido foi bom. “Pudemos compreender que existem entidades públicas sérias que trabalham pelo bom andamento da lei e atendimento à sociedade”, declara. Além disso, relatou que os instrutores estavam preparados e muito abertos a críticas e sugestões. Rafael também gostou do programa, pois possibilitou a aproximação com os colegas do TCE, terminando “com amizade de corredor”, além de aprender mais sobre seu local de trabalho.
“Os encontros foram muito importantes não apenas por levar aos contínuos conceitos como TCE e cidadania, mas porque foi uma troca de experiência que resultou num grande aprendizado, possibilitando aos instrutores maior segurança para abraçar o projeto. Além disso, eles ficaram mais envolvidos e passaram a acreditar na proposta”, salienta Fá-tima Rossi, uma das pedagogas integradas ao programa.
Apesar dos resultados positivos, para a instrutora Fernanda Nunes, auditora do TCE, o projeto É Da Nossa Conta é um grande desafio para o Tribunal de Contas do Estado. “Na busca de uma aproximação com a sociedade jovem queremos fomentar a conscientização social desde a tenra idade e, ao mesmo tempo, dar a conhecer a esses jovens cidadãos o importante trabalho de fiscalização que cabe ao TCE-RS”, sintetiza ela. Carlos Eduardo Fleck, também instrutor, concorda com Fernanda, e salienta que esse programa faz parte de uma a nova forma do TCE de atuar, que busca a aproximação com a sociedade de uma forma transparente, democrática e eficiente.”Queremos também alcançar visibilidade na comunidade escolar e, quem sabe, contar com o apoio dessas crianças e desses jovens para que levem o TCE até suas casas, seus bairros e cidades”, define Fernanda, ressaltando a importância do papel multiplicador dos cidadãos.